Quando a mudança começa com a gente!
O governo, seja ele federal, estadual ou municipal, é responsável por saúde, educação, segurança, limpeza etc. Entretanto, por diversos motivos, não consegue atender toda a demanda por estes serviços. Cobrar dos governantes é um dever de todos, mas a ação individual não deve se limitar a isso. Aí entra o voluntariado. “Ele pode ajudar a gerar confiança social, avançar a inclusão, melhorar serviços básicos e acelerar o desenvolvimento humano”, diz Helen Clark, administradora do Programa de Voluntariado das Nações Unidas em recente relatório.
Separamos alguns exemplos que mostram como ações voluntárias, iniciadas por pessoas comuns, podem melhorar a infraestrutura de serviços e contribuir (e muito) para a sociedade.
Dá uma olhada:
Construção de UTI neonatal - Rio Grande do Sul
O Hospital Criança Santo Antônio, ligado à Santa Casa de Porto Alegre e referência de tratamento infantil tem hoje uma das maiores unidades de tratamento intensivo (UTI) neonatal do Brasil graças à mobilização de um grupo de dez mulheres.
Organizadas sob o nome “Voluntárias pela Vida”, promoveram eventos, venderam joias (entre elas um pingente em forma de coração com a frase “eu doei”) e pediram doações para arrecadar R$3,7 milhões. O dinheiro foi suficiente para construir dez quartos em 90 dias. Com a nova ala, inaugurada em junho, há agora 40 leitos que recebem pequenos pacientes das mais de 400 cirurgias cardíacas realizadas pelo hospital por ano.
Além de captar recursos, as gaúchas se mobilizam em eventos que visam a melhorar a autoestima das crianças internadas e obter doações de roupas para as famílias de pacientes.
“A união é capaz de fazer tudo. Nós resolvemos fazer o bem”, afirma Nora Teixeira, uma das integrantes do grupo.
Casas para vítimas de tornado - Santa Catarina
Em abril, um tornado atingiu o oeste de Santa Catarina. Somente na cidade de Xanxerê, 4,2 mil pessoas ficaram desalojadas pelos fortes ventos, que destruiu mais de 200 casas. O governo liberou quase R$5 milhões para a reconstrução de lares e instalações públicas, mas a história de uma residência chamou a atenção.
Ela foi construída integralmente por voluntários, que vieram de Itapema, no litoral, para ajudar. Após ver a imagem desolada de Antônio Mortadin, após perder sua casa, na televisão, um grupo de voluntários se mobilizou para arrecadar R$15 mil para refazer o lar do aposentado. Com o dinheiro, captado entre amigos, percorreram os 500 quilômetros de estrada com o material de construção e botaram a mão na massa. Além de um novo teto, seu Antônio ganhou móveis e eletrodomésticos. "Viemos de Itapema até aqui com a missão de fazer a casinha, deixar ele feliz. Graças a Deus conseguimos", comemorava o pedreiro Ivo Barreto, um dos voluntários, em entrevista a uma emissora de TV.
Lixo fora das águas - Rio de Janeiro
Esta é uma ação bastante comum em cidades litorâneas e com rios. Equipes se mobilizam para retirar detritos de mares, rios e lagoas e deixam o meio ambiente um pouco mais tranquilo.
Em março, por exemplo, um mutirão de 90 pessoas pegou um barco no Rio de Janeiro e foi até as Ilhas Cagarras, que ficam em frente à praia de Ipanema. Os voluntários recolheram 270 quilos de sujeira em apenas um dia. O material foi separado e o que poderia ser reciclado, como os 34 quilos de plásticos, foi enviado a uma cooperativa de catadores. Além de um ambiente mais limpo, a ação gerou renda para os trabalhadores. “É uma forma de envolver as pessoas na conservação de uma área protegida e estimular uma participação mais ativa”, diz Camila Meireles, supervisora de mobilização social do Projeto Ilhas do Rio, que organiza o evento.
E você? Pronto para fazer algo mais pela sociedade? Conte para a gente!